Pie Pelicane
E então, nosso brasão...

O símbolo do Pie Pelicane (ou pelicano piedoso) remonta ao imaginário medieval e à iconografia cristã, especialmente presente na obra de São Tomás de Aquino. Esse símbolo representa o pelicano que, segundo a lenda, fere seu próprio peito para alimentar seus filhotes com o próprio sangue em tempos de escassez. No contexto teológico de Aquino, a figura do pelicano adquire uma dimensão sacra, tornando-se uma alegoria poderosa para o sacrifício de Cristo na cruz e sua oferta incessante pela salvação da humanidade.
Na teologia eucarística, o Pie Pelicane traduz a ideia do Cristo compassivo e sacrificado que derrama o próprio sangue como sustento espiritual para seus filhos, a Igreja. Aquino emprega esse símbolo com um sentido místico de entrega absoluta, destacando que Cristo, como o pelicano, não apenas redime, mas nutre e vivifica os fiéis com seu corpo e sangue através do sacramento da Eucaristia.
A imagem do Pie Pelicane é, pois, mais que uma figura retórica: é uma expressão da teologia cristocêntrica, onde o amor e a piedade divina superam a própria natureza, rompendo com a ordem animal para evocar o amor supremo de Cristo. Esse simbolismo é mais evidente na antífona de Aquino para o Corpus Christi, onde ele chama Cristo de "Pie Pelicane, Iesu Domine," sublinhando a doçura e a piedade de um Deus que se torna alimento, sustentando sua criação com seu próprio sacrifício.
O pelicano no brasão da Mafar simboliza, então, um compromisso com a generosidade e o cuidado para com os estudantes, refletindo o sacrifício e a dedicação para nutrir suas mentes e almas. Inspirado pelo Pie Pelicane, ele representa não apenas uma escola que oferece conhecimento linguístico, mas também um ambiente de acolhimento e desenvolvimento integral, pautado na compaixão e no crescimento cultural e moral.
Essa visão confere à educação um sentido profundamente elevado, em que o ato de ensinar se torna um exercício de amor e entrega, refletindo a Graça divina. Assim como o pelicano que se sacrifica por seus filhotes, o educador se compromete com o desenvolvimento de seus alunos, oferecendo não apenas conhecimentos, mas também a dedicação e o cuidado necessários para o florescimento de suas vidas. Essa abordagem transforma o aprendizado em uma jornada espiritual, onde cada lição é permeada pelo amor e pela doação, fundamentados na fé cristã.